segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Lugar comum

(quadro: Maquinaria Cardíaca de JF Machado)



















Já nem sei o que eu quero...
O que eu quero sei bem!
Se as dores aprisionadas viram doenças,
Na poesia elas se curam,
Se diluem, se mantém...

Creio no milagre maior do amor
E espero sua concretização.
Ouço vozes, sinto sensações, vejo cenas...
Alcanço insights, conclusões e sínteses,
Mas não chego ao coração.

A cada dia que vivo
Morro um pouco de mim...
Quero viver para contar para todos,
Para os meus, para os demais
Histórias belas que não tem mais fim...

Era uma vez uma menina boazinha
Que de tão terna era muito má...
E de tanto procurar o equilíbrio ideal
Se tornou algo melhor
E não quer que isso nunca se vá...

Porém um dia ela se cansou de tudo,
Ela se enfadou de lutar
Pelos outros e quis tentar escrever
Sua própria parábola da terra santa...
Algo que ela nunca houvesse ouvido falar.

E não encontrou nenhuma bruxa malvada
Deparou-se apenas consigo.
A maior das criaturas temíveis,
O maior gigante dos castelos...
E quis se refugiar num abrigo.

Foi se fechando e se acomodando,
Se trancando e se decompondo...
Em pedaços pode se olhar melhor.
Juntando os cacos tinha a chance
De ir de nova maneira se dispondo.

Percebeu que sua visão já era tão conhecida...
Que tudo o que sabia já estava escrito
Nos livros, lançado nos filmes, dançado com as músicas...
E achou que todas suas premonições e intuições
Era algo realmente esquisito.

De uma hora para outra
Tudo fazia sentido!
Ela queria mais é poder gritar
Que sua vida era plena e que tinha alcançado
A verdadeira felicidade...
Mas só o que podia era sussurrar.

Faltava alguma coisa,
Coisas sem explicação...
Sobravam angústias e ansiedades,
Lugar sem piso, teto sem telhado... e ela descobriu:
Tinha tudo no seu coração!

(10/06/2012 – 16h28)

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