quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Depois de Perséfone


(quadro: Caminhos e Encontros de Carolina Sasso Lacase)

Sensações aguçadas
Como um aparelho ligado
Ou um organismo plugado
Numa voltagem irreconhecível.

Lanço-me ao chão, ao teto
Busco-me dos lados e acima dos ombros
Avisto só o que há para enxergar
E nada mais...

Mas há muito mais a olhar...
A sentir, a perseguir, a espreitar...
Sinto a vertigem do último andar
Como sendo a primeira face do espelho.

E não me oculto para lhe procurar
Não me finjo de distraída...
Fico atenta a cada sinal
Em cada hora do dia.

E dores vem e vão...
As mágoas todas se dissiparam...
E confusões vem e vão...
Todas as dúvidas se tornaram certas...

E o barco parece não ancorar
Fico marejando meus olhos no horizonte
Que tentam se prender a um foco
E ao seu destino.

E palpites vem e vão...
A certeza de poucas coisas me bastam...
E turbulências vem e vão...
Já não acho menos atraentes os buracos...

E das profundezas se sobe ao topo
Das sombras se ilumina o caminho
Das cinzas se aquecem as brasas
Do corpo me deleito na alma...

É mais uma expectativa de amanhã
Uma tendência para hoje
E uma perspectiva que adora
E adota o mais breve futuro.

(21/07/2012 – 17h20)

Nenhum comentário:

Postar um comentário